Caracterizada pelo crescimento anormal e exagerado das células gengivais, a hiperplasia gengival é uma alteração bucal pela qual a gengiva cresce lenta e progressivamente, muitas vezes cobrindo os dentes.
Embora esse crescimento tenha caráter benigno, a hiperplasia pode causar transtornos à saúde oral, como dificuldades para mastigação e higienização e favorecimento do acúmulo de placa bacteriana e restos alimentares.
Essa anormalidade é multifatorial. Ela pode estar associada a traumas na região da boca, deficiências hormonais ou reação adversa ao uso de determinados medicamentos.
A maioria dos pacientes com hiperplasia gengival também apresenta placa bacteriana e gengivite, o que indica que uma higiene bucal deficiente favorece o crescimento anormal das células orais.
Em geral, a hiperplasia gengival é dividida em três tipos mais comuns: hiperplasia induzida por placa bacteriana, hiperplasia por trauma e hiperplasia medicamentosa.
O primeiro tipo é o mais comum e diz respeito às alterações causadas pela presença de placa bacteriana e consequentes infecções gengivais.
A presença de microrganismos interfere diretamente no comportamento e
multiplicação celular, que favorece alterações como a hiperplasia.
A hiperplasia por trauma,
por sua vez, está associada a uma resposta celular para traumas e
feridas orais. A manifestação mais comum, neste caso, é observada em
pacientes que utilizam próteses removíveis — as famosas dentaduras — mal adaptadas.
Já a hiperplasia medicamentosa é resultante do uso de certos medicamentos, como fenitoína, imunossupressores e fármacos bloqueadores dos canais de cálcio.
O tratamento da hiperplasia gengival consiste,
principalmente, na remoção do agente causador da alteração. Tanto no
caso de próteses mal adaptadas quanto em reações a medicamentos, a
utilização deve ser interrompida. Para pacientes com higiene oral deficiente, é indicada a remoção da placa bacteriana e reeducação para melhores hábitos de higiene.
Após
a eliminação da causa, a maioria dos casos de hiperplasia apresenta
regressão completa. Caso a lesão continue, o excesso de gengiva deve ser removido cirurgicamente.
Vale lembrar que, embora também seja caracterizada pelo crescimento anormal e desordenado das células, a hiperplasia gengival não é considerada um câncer. Portanto, não deve ser vista como uma doença grave e assustadora.
Por
outro lado, nada impede que um tumor maligno se desenvolva sobre as
lesões, principalmente quando a hiperplasia está associada a fatores de
risco, como o tabagismo. Fique atento!
fonte: Kamila Godoy
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