A necessidade de extrair apresenta-se,
principalmente, nos casos em que os ossos maxilares são pequenos para
acomodar todos os dentes. Nestes casos, é necessário diminuir o número
de dentes, para poder alinhá-los dentro do maxilar. Duas coisas não
ocupam o mesmo lugar no espaço, já nos dizia Newton...
Numerosos são os casos de dentes amontoados por
falta de espaço. Alguns devido ao descuido com a dentição de leite, ou à
extrações prematuras destes dentes, estes espaços perdidos podem ser
recuperado e extrações não são necessárias. Outros, por disrelação
hereditária, entre tamanho dos dentes e o osso suporte, algumas vezes
necessitam de extrações. Este último caso é realmente curioso e
interessante, além de atual e generalizado.
O homem moderno está sofrendo uma transformação
no seu aparelho mastigador. Em poucos séculos transformou completamente
a maneira de alimentar-se. Enquanto que antes o homem usava os dentes
para cortar e triturar os alimentos, hoje a atividade mastigatória
diminuiu significativamente. Os alimentos são cozidos, cortados e até
liquidificados, antes de irem à boca. Consequentemente, pela hipofunção,
os ossos que sustentam os dentes estão diminuindo de tamanho, enquanto
os dentes não modificam suas dimensões. Daí a desproporção.
A natureza, como sempre, vai encontrando suas
próprias soluções, no caso, ela se ocupa, agora, em diminuir o número
dos dentes. O terceiro molar está ausente ou atrofiado em muitas
pessoas. Em outras, há ausência congênita de incisivos laterais
superiores ou prémolares inferiores. Mas, nos casos em que isto não se
dá, principalmente, quando não há ausência congênita dos sisos, poderá
ser necessário que o ortodontista recomende extrações para compensar a
falta de espaço. Estas extrações podem ser os sisos ou outros dentes,
geralmente, os pré-molares.
Além da influência alimentar nesse fenômeno da
evolução humana, outra causa interessante e comum provoca a disrelação
entre osso e dentes. É a herança cruzada. O filho herda os dentes
grandes do pai e os maxilares pequenos da mãe.
Quando há indicação de extrair, geralmente, os
dentes indicados são os primeiros ou os segundos pré-molares. Isto
permite a regularização dos dentes anteriores e liberação dos espaços
para a erupção dos terceiros molar (sisos).
Não se pode negar ser lamentável a extração de
dentes em perfeito estado. Mesmo para o especialista, é uma decisão
difícil e muito mais para o paciente. No entanto, nunca será esse fato
mais grave e rico de conseqüências perigosas do que o amontoamento dos
dentes.
Assim como existem casos em que é evidente a
necessidade de extrair ou de não extrair, há os casos limítrofes, em que
se balança em extrair ou não extrair. Nestes casos, é necessário que
vantagens e desvantagens sejam avaliadas com extremo cuidado por
profissional especialista e experiente.
Vê-se que a ortodontia alarga-se em
aperfeiçoamentos e ocupa posição importantíssima na solução de problemas
dos indivíduos, tanto nos planos mais objetivos e imediatos de saúde e
bem-estar, como nos mais elevados de ajustamento dentro da vida e
possibilidade de realização.
Fonte: ABC da saúde
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